O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) entrou com uma ação na Justiça Eleitoral, nesta terça-feira (1), contra o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição. Boulos afirmou, durante coletiva de imprensa, que o partido recebeu denúncias de que Nunes estaria fazendo uso da máquina pública e de servidores públicos em benefício da própria campanha.
Segundo a representação feita pela coligação de Boulos, ilícitos eleitorais são evidenciados por imagens, vídeos e reportagens jornalísticas “que demonstram o desvio de finalidade e a utilização de programas sociais em benefício da campanha e outras instituições que recebem verbas públicas”.
No documento, afirmam que os funcionários da Prefeitura são utilizados nos respectivos horários de trabalho em atos de campanha, “inclusive com transporte realizado com veículos oficiais e ameaça de exoneração de servidores comissionados” que não participarem.
Eventos e bens públicos
A ação destaca que Nunes tem, supostamente, vinculado obras e serviços públicos à imagem pessoal dele e que inaugurações foram transformadas em comícios eleitorais.
Além disso, o protocolo também denuncia, a partir de relatos, que locais públicos estariam sendo utilizados para armazenamento de material de campanha de Nunes, como na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Perus, na zona noroeste da capital.
Também são citadas, no documento, notícias de que servidores públicos teriam sido mobilizados em benefício da campanha de Nunes. Como exemplo, contam que, em abril de 2024, servidores da área da saúde que atuam na região de Perus foram convocados para estarem presentes no evento de inauguração da unidade do Descomplica SP.
Na ocasião, foi solicitado que os gerentes comparecessem ao evento e levassem consigo 10 agentes comunitários de saúde (ACS), que estivessem sem crachá e uniforme.
O que diz Ricardo Nunes?
Procurada pela CNN, a campanha de Nunes enviou um áudio de uma entrevista coletiva em que o prefeito diz cumprir a lei eleitoral.
“Quem comete crime eleitoral é ele, que já foi condenado pela Justiça Eleitoral, inclusive utilizando estrutura pública no Primeiro de Maio. Da minha parte, não vai ter isso. A gente respeita rigorosamente todas as leis e, em especial aqui, a lei eleitoral. O que a gente, infelizmente, vive em alguns momentos? As pessoas pegarem uma bandeira, colocarem no espaço, fazer uma filmagem… jamais permitiria que utilizasse o equipamento público para armazenar material”, disse o candidato à reeleição.
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