Os Estados Unidos acreditam que Israel poderia lançar em breve uma incursão terrestre no sul do Líbano, disse uma autoridade dos EUA.
A ofensiva seria mais limitada e aconteceria mais cedo do que foi originalmente planejado após discussões entre os dois países no último fim de semana, ainda segundo a fonte.
A incursão terrestre teria como alvo a infraestrutura do Hezbollah perto da fronteira com Israel. As forças especiais israelenses já realizaram pequenos ataques em território libanês nos últimos dias como parte dos preparativos para uma potencial ofensiva terrestre israelense, de acordo com autoridades dos EUA e duas fontes familiarizadas com o assunto.
Após operações em vilas libanesas ao longo da fronteira — conhecidas como Linha Azul — espera-se que as tropas israelenses recuem para Israel.
Os EUA não acreditam que a intenção se pareça com a operação de 34 dias de Israel no Líbano em 2006, argumentou a autoridade dos EUA, mas sim uma versão significativamente reduzida do que estava sendo planejado anteriormente.
A fonte alertou que as autoridades americanas estão preocupadas que o que poderia começar como uma incursão limitada possa se transformar em uma operação maior em um prazo mais longo. Essas preocupações estão sendo discutidas com o lado israelense, disse a autoridade.
Entenda a guerra entre Israel e Hezbollah
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano. No dia 23 de setembro, o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute, conforme confirmado pelo próprio grupo.
Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.