Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) está agendado para decolar do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (2), com destino ao Líbano para repatriar os brasileiros que estão no país se o espaço aéreo do país continuar aberto. A previsão inicial é de que 220 brasileiros sejam trazidos de volta ao Brasil neste primeiro voo. A operação têm sido coordenada pela FAB, Ministério da Defesa e pelo Itamaraty.
A aeronave KC-30, um avião de passageiros Airbus A330-200, está agendado para partir da Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ), com destino a um aeroporto em Beirute, a capital libanesa. De acordo com a FAB, há previsão ainda de uma escala em Lisboa, em Portugal. A princípio, o voo deve retornar ao Brasil durante o final de semana, mas o retorno está condicionado à situação na região.
Para especialistas, contudo, o plano pode sofrer mudanças ou até mesmo ser suspenso, devido ao início de ataques aéreos na região que podem ocasionar em um fechamento do espaço aéreo e impossibilitar os voos. Até esta terça-feira, a aeroporto de Beirute continuava funcionando e operando com voos comerciais apesar dos bairros vizinhos terem sido atingidos por bombardeiros de Israel.
“A tripulação será composta, além dos tripulantes operacionais da aeronave, por militares da área de saúde (médico, enfermeiro, psicólogo), que estarão prontos para prestar o apoio necessário durante a missão”, informou a FAB.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou ainda que, dentro de uma fila que espera pela repatriação, será dada prioridade para idosos, mulheres, crianças, pessoas em situação de emergência e com necessidade de assistência médica. Há ainda uma logística para que membros de uma mesma família não sejam separados.
Interlocutores do Itamaraty têm reforçado ainda que a população brasileira que mora no Líbano e tenha condições de retornar ao Brasil por voos comerciais, que dê preferência ao método tradicional e o governo brasileiro atenda àqueles que não têm condições de fazê-lo.
A escalada de tensão no Oriente Médio motivou o Itamaraty, que já recebeu pedidos de mais de três mil pessoas para serem repatriadas, a dar início ao processo de retirada de brasileiros que estão na região. O conflito se intensificou após a explosão simultânea de milhares de dispositivos de comunicação de membros do Hezbollah, no dia 20 de setembro.
Dois adolescentes brasileiros morreram em meio aos bombardeios israelenses no Líbano: Mirna Raef Nasser, de 16 anos, era natural de Balneário Camboriú (SC), e Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, de Foz do Iguaçu (PR). O Itamaraty estima que 21 mil brasileiros vivem no Líbano.