Memória da Pan estreia com áudios raros da inesquecível conquista da Copa de 1958 pela seleção brasileira

ASSOCIATED PRESS/ASSOCIATED PRESS/AEJogadores do Brasil comemoram carregando a bandeira da Suécia em homenagem ao país sede, após vencer a final da Copa de 58

É uma honra ganhar um espaço diário em uma plataforma da Jovem Pan, veículo com mais de 80 anos de tradição e de história. Desde 13 de junho de 2005, faço parte, como jornalista, desse grupo de comunicação. Além das minhas funções de repórter das editorias de política, de economia e de cidades, até virar apresentador fixo em 2016, nunca deixei de lado a minha paixão pela história do futebol, principalmente pelas Copas do Mundo. O tema sempre me fascinou e as minhas pesquisas resultaram, até hoje, em cinco livros sobre “o maior espetáculo da terra”. Além disso, sou um colecionador de áudios e imagens de momentos que marcaram época nos gramados. 

Dito isso, sempre fui ouvinte da Jovem Pan e, desde que passei a trabalhar aqui, fiquei ainda mais encantado com o vasto acervo da emissora: são narrações marcantes, entrevistas com grandes nomes do esporte e muito mais. A partir de hoje, vou aproveitar esse espaço para dividir com vocês um pouco da minha coleção sonora, que começou a ser montada em 1990, quando tinha 14 anos, e, claro, áudios do vasto arquivo da Jovem Pan. 

Paulo Machado de Carvalho (à esquerda) abraça o técnico Vicente Feola (Acervo de Paulo Machado de Carvalho Neto )

No fim do ano de 1944, Paulo Machado de Carvalho, já proprietário da Rádio Record, comprou a Panamericana, voltada basicamente para radionovelas, e a transformou na “emissora dos esportes”, uma potência das coberturas, como é até hoje, quando vivemos a era das múltiplas plataformas. Quis o destino que o empresário de comunicação, que em 1953 fundou a TV Record, fosse o chefe da delegação brasileira nas Copas de 1958 e 1962. Com o lema “primeiro o homem e depois o atleta”, o “Marechal da Vitória” esquadrinhou um plano para acabar com os maus agouros futebolísticos do Brasil, como a fatídica derrota no mundial de 1950, para o Uruguai, em pleno Maracanã. Ou seja, o “complexo de vira latas”, como rotulava o cronista pernambucano Nelson Rodrigues, finalmente ficou para trás. O surgimento de gênios como Pelé e Garrincha fez com que a seleção canarinho encantasse o planeta com o primeiro título, na Suécia, justamente diante dos donos da casa. 

Chamada da partida final publicada nos jornais (Acervo pessoal de Thiago Uberreich)

Nessa minha primeira coluna, batizada de “Memória da Pan”, quero disponibilizar o disco que a Panamericana lançou para comemorar o título da Copa de 1958. Com as narrações de Geraldo José de Almeida (da Pan) e de Waldir Amaral (da Continental, do Rio de Janeiro), acompanhe os lances das seis partidas da seleção brasileira, comandada pelo técnico Vicente Feola. A apresentação do LP é de Estevam Sangirardi, outro nome marcante da história da Panamericana. Espero que gostem e se emocionem.