Há alguns dias, um movimento que deve se repetir com outros atores é um grande exemplo da tendência daqui para frente. A norte-americana Flutter comprou 56% da NSX, conglomerado que tem casas de apostas como Betnacional, Mr. Jack e Pagbet, por R$ 1,9 bilhão (350 milhões de dólares). Há a previsão da compra dos outros 44% nos próximos dez anos.
José Francisco Manssur, sócio da CSMV Advogados, atuou como assessor especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda e esteve à frente da elaboração das regras para o setor de aposta.
Ele aponta que a regularização vai mudar o estilo do investimento, mas não vai reduzir o total que é investido neste mercado. Ele lembra que, apesar de os estrangeiros entrarem no país, as empresas são obrigadas a terem representantes brasileiros.
“Muito se fala que os valores em torno de patrocínios e publicidade pode diminuir com menos casas operando em 2025, mas vejo de outra forma. A entrada desses grandes conglomerados estrangeiros, a maioria do Reino Unido e Estados Unidos, vai aquecer ainda mais o mercado, pois a competitividade entre plataformas deve ser distribuída para setores que realmente precisam desses investimentos, como clubes das séries B e C, esportes amadores e principalmente olímpicos”, explicou Manssur.
“O mercado mundial vê o Brasil como grande polo hoje de crescimento de mercado e é muito natural que tenham empresas estrangeiras, mas sempre observando o que está na lei sobre a necessidade de associação com empresas brasileiras”, completou.
O Governo tem até o final do ano para dizer se essas empresas se enquadram dentro das normas estipuladas. Elas devem obrigatoriamente cumprir critérios relacionados à habilitação jurídica, regularidade fiscal e trabalhista, idoneidade, qualificação econômico-financeira e qualificação técnica, além de manter uma reserva financeira de R$ 5 milhões no país, e um investimento inicial de R$ 15 milhões no negócio. O pagamento dos R$ 30 milhões da outorga só acontecerá após essa autorização do Governo.